Tânia poeticamente nos conduz no simples ler, na esmerada construção dos versos, nas linhas bordadas com o sentir que, transportado para textos, se arranja como a fluência de águas num leito de rio.
A poeta se lança ao público reunindo anos de produção. Produção feita no papel de pão, nos intervalos de equações, no farol de trânsito, nas telas diversas e nos guardanapos de boteco. Rio fluindo amiúde, em curvas, em quedas, permitindo o encontro de outras águas – as palavras sempre foram seus afluentes. Rio que avançava sem ter a menor ideia de onde ia chegar. E chegou!
As composições soam como algo que chacoalha nossos sentidos. Em seus poemas, uma busca incansável pela palavra certa – ou, até mesmo, propositadamente errada – desloca quem os lê de seu confortável eixo, contorce sua compreensão e faz daí brotar um novo entendimento a cada um.
É uma tarefa dura escrever sobre quem domina as palavras de maneira sublime. Conhecendo Tânia já há tantos anos, tendo lido e relido seus textos, discutido e dissecado por vezes um termo, uma frase, tenho a convicção de que, a cada leitura, teremos uma interpretação diferente de toda essa complexidade apaixonante de quem se (d)escreve.
“Quando menos eu esperar
Serei como a lua
Que se permitiu a iluminar.”
Alex Wiechmann na orelha do livro
Não escrevo poesia - Tânia Mara
edição // Lígia Sene & Victor Prado
revisão // Gabriel Galbiatti Nunes
capa e projeto gráfico // Victor PradoPrimeira edição, março de 2023
Franca — São Paulo, BrasilISBN • 978-65-86208-19-1